AlmaZen – CORAÇÕES PARTIDOS
Para superar a dor da morte, a sociedade não estabelece limites para o luto. A perda física, para a maioria das pessoas, deve ser vivida com todas as forças. Não tão respeitada é a dor trazida pelo fim de um relacionamento. O enlutado, além de conviver com a certeza de que o ser amado seguiu em frente, tem de encarar um preconceito que aumenta ainda mais sua reclusão.
Os danos podem ir além dos psicológicos. Pesquisa da Universidade de Harvard apontou que, após a perda de um ente querido por morte, as chances de um infarto ficam 21 vezes maior.
– A dor traz sentimentos de raiva, depressão e ansiedade – afirma Elizabeth Mostofsky, uma das pesquisadoras responsáveis pelo estudo.
Os que passam pela sensação de perder um amor – e esses não são poucos – garantem: ela é sim análoga à da morte. O psicólogo Aroldo Escudeiro, presidente da Rede Nacional de Tanatologia – ciência interdisciplinár que estuda a relação do homem com a própria morte e com a morte do outro -, afirma que, ao envolver amor, qualquer perda é traumática e deve ser respeitada.
Os passos do luto
• Tarefa 1: Aceite a realidade da perda. Aceitar o fim leva tempo, mas é preciso admitir que não existe volta e que essa realidade vai se impor. Só assim você consegue seguir em frente.
• Tarefa 2: Elabore a dor da perda: xingue, resmungue, grite, chore, bata a cabeça na parede, fale sobre sua perda. Procure se deixar doer.
• Tarefa 3: Mudanças geográficas não vão curar a dor. É preciso saber que sua vida tem de seguir.
• Tarefa 4: Recomece a viver para amar no sentido amplo: o importante é sair da relação melhor do que entrou. Afinal, luto não é doença, é um processo com fim.