Titulo: O Sétimo Selo
Gênero: Drama
Diretor: Ingmar Bergman
Elenco: Max von Sydow, Gunnar Bjomstrand, Bengt Ekerot, Nils Pope, Bibi Anderson, Ingá Gill, Maud Hanson, Inga Landgre.
Ano de Lançamento: 1957
País de Origem: Suécia
Duração: 102 minutos
Resenha: O significado atribuído à morte é resultante de uma construção histórica e cultural. No período Medieval, a morte era próxima, fazendo parte do cotidiano das pessoas. Este fato proporciona uma maior consciência da morte, provocando angústias e incertezas sobre a mesma. Tais características podem ser observadas no filme O Sétimo Selo (1957) de Ingmar Bergman.
Segundo Ariès (1989) a morte típica da Era Medieval era a morte domada, na qual o homem sente quando vai morrer através da presença de sinais e de avisos. No filme, a Morte se apresenta, de maneira personificada, ao protagonista (Antonius Block), informando-lhe de seu fim. Block a desafia a uma partida de xadrez, a fim de barganhar um maior tempo de vida. O jogo de xadrez apresenta um caráter medieval, assemelhando-se a uma batalha entre reinos, neste caso uma luta entre a vida e a morte. Ao perceber a impossibilidade de derrotá-la, angustia-se na busca de um sentido para sua vida. Durante esta procura, depara-se com o divino, representado por uma família de saltimbancos (Jof, Mia e o bebê) e com o profano (peste, bruxaria, traição, fome, roubo e guerra), os quais lhe oferecem momentos de reflexão sobre o seu conflito. O xeque mate sobre Block demonstra a inevitabilidade da morte. O filme encerra com a Dança da Morte, nesta cena Block e seus amigos são conduzidos pela Morte, enquanto o casal e o bebê, que conseguiram escapar, celebram a vida.O filme aborda a relação do homem com a morte. O personagem principal quando recebe o anúncio de que vai morrer passa a refletir sobre sua existência até então. Sem se sentir satisfeito com o que fez e com o que foi, procura algo que valide a sua existência no mundo. Teme o além morte, não sabe o que o espera, duvida da real existência de Deus e do Céu pregado pela Igreja. A felicidade na leveza de uns morangos com leite fresco e na alegria de uma família simples o encantam e o fazem valorizar as pequenas coisas da vida. A Morte está sempre presente, caminhando ao nosso lado, dificilmente aparece como figura em nossa vida e, quando se revela, tratamos logo de distanciá-la de nossa realidade. Vida e morte não são opostas, não é necessário travar uma batalha com a morte, pode-se exaltar e desejar a vida, com a consciência de que a morte faz parte do curso natural da vida.