Os significados de boa morte ou morte digna – Silva e Simões

Os significados de Boa Morte ou Morte Digna: As Representações Sociais do Paciente, Cuidador Familiar e Profissionais de Saúde de Pouso Alegre, MG.

José Vitor da Silva *
Ivandira Anselmo Ribeiro Simões **

Trata-se de um estudo de abordagem qualitativa que tem por objetivo identificar os significados de morte digna ou boa morte, segundo a óptica de pessoas gravemente enfermas vivenciando a proximidade da morte, a equipe de saúde responsável pelo cuidado direto a esses enfermos e o membro da família (cuidador), assim como conhecer os sentimentos dos profissionais de saúde e dos familiares sobre o enfrentamento dessa fase crítica dos pacientes que experienciam a proximidade da morte, e finalmente fornecer subsídios para elaboração de um possível projeto de intervenção sobre morrer dignamente. O tipo de estudo é do tipo exploratório, que terá como cenário o Hospital das Clínicas Samuel Libânio que é do tipo filantrópico, universitário, misto e de grande porte. A amostra é constituída de 100 participantes assim distribuídos: 20 pacientes gravemente enfermos que estejam vivenciando a proximidade da morte, 20 médicos, 20 enfermeiros, 20 técnicos auxiliares de enfermagem e por último 20 cuidadores (membro familiar). A amostragem será proposital. Os critérios de elegibilidade serão os seguintes: 1 – Em relação aos pacientes: estar gravemente enfermo e que esteja vivenciado a proximidade da morte; capacidade de comunicação verbal; diversos contatos com o pesquisador, capacidade cognitiva preservada e aceitem participar do estudo que tenha dezoito anos ou mais e de ambos os sexos. É importante enfatizar que o paciente somente será entrevistado após diversos contatos com o pesquisador, quando este o irá preparar para a entrevista. A mesma será levada a cabo quando for detectado que o paciente reúne condições do ponto de vista físico e psicológico. Se necessário, será solicitada colaboração dos outros profissionais no sentido de preparo do paciente. 2 – Em relação aos membros da equipe de saúde: que atuem com pessoas gravemente enfermas que estejam experienciando a proximidade da morte e que concordem em participar do estudo. 3 – Com relação ao membro familiar cuidador: aquele que desenvolve cuidados ao enfermo que se encontra na condição descrita anteriormente, com idade a partir de 18 anos, ambos os sexos e que também aceite integrar o estudo. Para descrever os significados de boa morte ou de morte digna será utilizado o referencial das representações sociais e o discurso do sujeito coletivo(DSC) constituiu o método escolhido para a construção dos significados e dos sentimentos dos respondentes, permitindo a aproximação com o fenômeno em estudo. Para a coleta de dados serão utilizados dois instrumentos. O primeiro destina-se a identificação das características pessoais dos participantes do estudo. O segundo trata-se de uma entrevista semi-estruturada, constituída de duas perguntas, sendo a primeira sobre os significados de boa morte e morte digna e que deverá ser respondida por todos os respondentes. A segunda pergunta está associada com os sentimentos que emergem dos profissionais de saúde e pelo membro familiar cuidador. Por isto não será respondida pelo paciente. As entrevistas serão gravadas após consentimento formal do participante e serão realizadas no hospital onde será desenvolvido o estudo. De acordo com as diretrizes metodológicas do DSC serão adotadas nesse estudo três figuras metodológicas: expressões-chave, idéia central e discurso do sujeito coletivo. Este estudo seguirá os preceitos estabelecidos pela resolução 196/96, sendo que o mesmo já foi autorizado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da UNIVÁS. Com este estudo espera-se conhecer melhor as necessidades emocionais tanto dos pacientes como da equipe de saúde e do familiar cuidador, e diante disso oferecer-lhe o apoio necessário e estratégias para que possam enfrentar de forma equilibrada essa situação por meio de um programa de intervenção. Do ponto de vista do avanço do conhecimento, o presente estudo oferecerá recursos não só para os membros da equipe de saúde, mas também para os acadêmicos com a intenção de prepará-los para as questões de morte e morrer.

* Doutor em Enfermagem; Coordenador e professor do Curso de Mestrado em Bioética – UNIVAS – MG

** Enfermeira; docente; mestranda do curso de Bioética – UNIVÁS – MG